Canto de Ossanha Elis Regina 1966
No candomblé, não existe cerimônia sem a presença de Ossanha. É essa entidade que detém a força mágica das plantas o axé necessária em todo ritual. Canto de Ossanha encabeçou um projeto concebido após Vinicius de Moraes mostrar a Baden Powell um disco que registrava cantos de candomblé, sambas de roda e vários solos de berimbau. O violonista se interessou muito e, quando foi à Bahia, conheceu os estilos de perto. Nas palavras de Vinicius, Baden conseguiu carioquizar, dentro do samba moderno, o candomblé afrobrasileiro, dandolhe, ao mesmo tempo, uma dimensão mais universal. Esse sincretismo do Brasil com a África via Bahia, hoje tão natural, era de certa forma libertário nos anos 60. Canto de Ossanha ajudou o som de religiões afrobrasileiras, sistematicamente perseguidas até duas décadas antes, a entrar na MPB pela porta da frente.
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